Se tratando de mudanças a Educação Física é o seguimento educacional que mais se arranjou dentro delas. Seus aspectos teóricos e práticos sofreram grandes transformações, que por sua vez, propuseram um trato diferencial com diversos fatores que integram a área. Apesar disso, ainda há no ambiente escolar uma visão retrógrada acerca da Educação Física, tais concepções reducionistas acabam por impedir que o componente curricular exerça sua função plena, que imbuído no fazer educacional, visa suscitar nos indivíduos a criticidade, a reflexão e a vontade pela busca de uma melhor qualidade de vida.
A Educação Física, apoiada em seus pressupostos teóricos concebe um processo diferente do que acontece ainda em algumas escolas, onde as aulas destinadas a disciplina são utilizados para promover simples momentos de uma diversão alienada, traduzida no simples ato de entregar a bola aos alunos e deixar que eles conduzam, sem direcionamento, objetivos, planejamento e intencionalidade.
Essa prática vazia acaba por desaguar em uma desvalorização do componente e do profissional da área que é tido por muitos como o "redentor do físico" ou a "distração da escola", além disso, os educandos que deveriam ser contemplados em um projeto educacional de maior relevância, acabam por serem tolhidos em suas capacidades criticas e reflexivas.
Assim, o professor de Educação Física que investe nessas práticas reducionistas e irrelevantes, acaba por contribuir na construção de um individuo acritico, passivo a realidade desigual na qual está inserido e um agente ativo na promulgação do sistema como está posto, em que uma minoria detém a maior parte dos bens sociais e dita como estes devem ser distribuídos a grande população. Dessa forma, há a manutenção do status quo vigente e uma transposição dessa condição se torna cada vez mais difícil.
Pensando nisso, é que o professor de Educação Física deve estabelecer novas concepções para o norteamento de seu trabalho. Tais concepções não devem obedecer a proposta vazia do ensino, mas sim trazer um projeto sócio -pedagógico que surja do seio da classe oprimida e que busque a mudança em primeiro plano. É necessário que o profissional de Educação Física vislumbre uma sociedade igualitária livre do julgo repressor das ideologias e ações burguesas.
É fundamental que o trabalho com a Educação Física na escola seja pautado na busca das transformações sociais, pautada em um ato livre e libertador, que contribua na construção de indivíduos que questionem, cobrem e se coloquem como pontos fundamentais da mudança e, a Educação Física possui sim um leque enorme de possibilidades que permitem seu engajamento na luta por uma sociedade mais justa, igualitária que considere todos os indivíduos por completo. (Jean Ramalho)
Jean Ramalho - Graduado em Educação Física pela Faculdade Pitágoras; aluno do curso de Especialização em Wellness, Atividade Física e Qualidade de Vida do Programa de Pós graduação da mesma instituição; graduando do curso de Letras Vernáculas da Universidade do Estado da Bahia; atua como Instrutor de musculação e Avaliador Físico na Academia de Ginástica Vida Ativa.
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