domingo, 21 de abril de 2013

Vontades

                                                                                                 Vontade que vem do nada.
Que extravasa, me transforma,
e domina o centro do meu eu.

Vontade de sair sem rumo.
Curvas retas, ruas tortas,
a passos longos que revelam minha pior ânsia.

Vontade de despir-me.
Da objurgação subjugada,
que reprime minhas vontades mais profundas.

Vontade de fugir no tempo.
Esvair-me em versos,
que reflitam a mais sublime busca.

Vontade de sentir.
O sentimento mais sucinto,
que reduza toda a dor de uma alma ferida.

Vontade de comer.
Num apetite voraz,
devorar o revés de uma vontade obstruída.

Vontade de viver.
Sem o pudor putrefato,
que escraviza nossas próprias vontades(Jean Ramalho)


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